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sábado, 11 de abril de 2009

BJÖRK

Texto de autoria do aluno Ricardo Aurélio Bandeira de Araújo Barsanulfo do 1º ano de Design de Moda, UEG, 2009.


Ano de 2008. Um comercial da MTV anunciava “Björk, a única estrela esquimó!”.


Há quase duas décadas essa cantora irlandesa, com cara de japonesa, com voz de E.T. e roupas questionáveis, que começou sua carreira cantando com morsas (nada contra os pingüins, adoro!), vem encantando o mundo com seu jeito singular, seu jeito Björk de ser. Mas quem é essa louca que não pára de gritar?


Se por acaso formos procurar um álbum dela numa loja especializada, com certeza não acharemos na sessão de música pop, nem de rock, trash, metal, quiçá na de música clássica. Isso acontece porque para Björk ainda não há classificações. Ela é o tipo de artista conhecida como “vanguarda”, assim como outros será compreendida no futuro, pois com certeza está bem além de seu tempo.


Isso sem falar nos filmes que a descompensada já fez! Sim! Ela além de muito excêntrica também já atacou de atriz! - Apesar de dizer que odiou os seus trabalhos - ela foi muito elogiada com o filme “Dance in the Dark” do diretor dinamarquês Lars Von Trier e a música tema “I've seen it all” foi indicada ao Oscar como melhor canção original. Falando em Oscar, a bela apareceu vestida em um vestido com um formato de cisne! Isso mesmo! Um cisne! E ainda por cima quebrou um ovo no tapete vermelho do evento!


Louquíssima como sempre, Björk já fez parte de uma banda de rock irlandês dos anos 80 chamada “The Sugar Cubes”, se casou com o vocalista mas não durou tanto assim. Igualmente aconteceu com a banda. E entre várias outras loucuras desvairadas da japonesa, digo irlandesa, está a cena inesquecível dela atacando uma repórter pros fights da vida em um aeroporto! Mas Björk pode tudo isso e muito mais, pois ela é a “protegida” dos maiores designers de moda do mundo, a “queridinha” do público alternativo e a “odiada” dos tablóides mundiais.


Com tudo isso e muito (eu disse muito) mais em sua bagagem, essa esquisita já foi considerada, várias vezes, a pessoa mais influente em quesito de moda e comportamento de todos os tempos, tanto consciente quanto inconscientemente. E eu acredito (em minha humilde opinião) que ainda é! (Mas, não é por isso que vocês vão sair jogando ovos em tapetes vermelhos, tão pouco agredir repórteres por aí).

Jeans: haja história!

Texto enviado pela aluna Thays Florencio do 1º ano da turma de Design de Moda da UEG, 2009.

Ele está em toda parte. De algumas décadas para cá, tornou-se uma verdadeira febre, uma epidemia. Altamente contagioso, não faz distinção de raça, classe, gênero, ideologia, nem idade. E, apesar de não ter qualquer contra-indicação, vicia. Só não o comparem com as moléstias que campeavam nas frentes de trabalho da Madeira-Mamoré, como acontece em Mad Maria. Aliás, um funcionário daquela obra colossal, Jim (Marcelo Serrado), faz as honras da casa e o apresenta aos brasileiros, ainda em 1911.


Estamos falando do jeans, esse velho conhecido de 150 anos e que, a cada aniversário, se torna mais moderno e atual. Quem não tem um no armário? Serve para todas as ocasiões e combina com qualquer acessório. Encontrado em todas as cores, formatos e preços, ele é a indumentária mais conhecida da terra. Usada por qualquer mortal, artistas e caretas, políticos e ecologistas, bandidos e mocinhos, ele compõe o figurino da humanidade desde que apareceu ainda no século XIX, de uma maneira democrática, universal.


Imortal a partir na década de 50, graças à preferência de ícones da música e do cinema como Marlon Brando, James Deans e Elvis Presley, o jeans existe pelo menos 100 anos antes. Surgiu da cabeça fértil de um judeu alemão, Claude Levi-Strauss, um gênio da época. Mas veio assim meio por acaso, a partir de - como diriam os marketeiros do nosso tempo - uma nova utilização para um produto já bastante banalizado e com pouco mercado. Veja toda essa história, como e quando surgiu, ao lado e acima. E para saber mais, outras curiosidades, continue lendo...


Uma questão de cor e origem


"Índigo blues... Índigo blue jeans". A canção de Gil está no nosso inconsciente e faz referencia à cor mais famosa da peça criada por Strauss. Mas, quem disse que foi sempre assim, que o jeans sempre foi azulzinho? No início, as calças eram feitas com lona de barraca e não havia muita variedade de modelos. Apesar de resistentes, não havia preocupação com o estilo. Assim, os modelos ficavam entre algo marrom e bege. E eram duros demais. Strauss, sempre preocupado com a opinião da clientela, pesquisou e encontrou um tecido melhor.


Produzido com algodão, o que parecia uma espécie de sarja ou estopa bem trançada, era na verdade brim, mais resistente e, ainda assim, mais flexível. O local de origem desse tecido acabou por nomeá-lo: Nîmes, cidade francesa. Daí, Denim, uma corruptela do francês De Nîmes. A cor azul veio por conta de mais uma moda de Strauss. O alemão sabido resolveu tingir o brim de Nîmes com uma plantinha chamada Indigus, que continha na sua raiz um forte corante capaz de dar ao tecido, originalmente branco, aquela cor que ficou universalmente conhecida.


Já o nome, Jeans, vem de outro canto, mais precisamente de Gênova, cidade portuária da Itália. Desde o século XVI que os marinheiros genoveses se referiam às calças que usavam para exercer seu ofício pelo apelido carinhoso de Genes. Experimente agora falar essa palavra com o sotaque italiano. Percebeu de onde veio a palavra mais famosa da moda?


Quando os famosos se apaixonaram

O tempo passou e a indústria da moda foi adotando o Jeans em suas linhas de produção. Mas o dito ainda não havia virado revolução. Isso veio a acontecer a partir da década de 1950, quando os queridinhos do cinema, do rádio e TV começaram a adotar a peça como uma segunda pele. Ao vê-lo colado nas pernas de Elvis Presley, Marlon Brando, James Dean, Marilyn Monroe, a turma da saia rodada, do sapatinho de verniz e da calça social pirou. O que era aquilo? No requebrado do rei do rock, parece que a criação de Strauss tomava um novo sentido. Na dança dos quadris de Elvis havia algo místico-mágico-religioso, que levaria adolescentes de todas as idades à beira de catarse pessoal. Os beatniks adotaram, assim como os rockers e mais tarde todo mundo. E olha que eles nem imaginavam que o que estavam fazendo. Que a própria calça que usavam se tornaria uma espécie de símbolo daquilo tudo, levando a humanidade a repensar uma série de conceitos e comportamentos.


Depois disso, o mundo jamais seria o mesmo. Vieram os Beatles, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Janis Joplin. Veio Woodstock e os outros festivais de paz e amor. Vieram existencialistas, hippies, progressivos, punks, yuppies, darks, new wave, pós-modernos... E todos embarcaram na mesma onda - vestidos de jeans, claro.


No Brasil, acontece a mesma coisa. Somos o segundo mercado de jeans no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Nosso consumo ultrapassa a casa dos 100 milhões de peças vendidas anualmente. E nossa produção trilha os mesmos caminhos de prosperidade. Os fabricantes poderiam dizer que, no quesito exportação, tudo anda azul, azulzinho.


Os muitos tipos de jeans


Liberdade. Quando se pensa em jeans, se associa o produto a esse conceito. Mas, graças ao trabalho criativo dos estilistas, a coisa não fica apenas no abstrato. É refletido em inúmeras formas, estilos e cores. Aproveitando o embalo, apresentamos alguns dos tipos mais conhecidos:


Tradicional: o certinho, com os cinco bolsos tradicionais, criados por Strauss e eternizados no seu modelo 501. Neste jeans, a cintura está no lugar certo e a barra vai afunilando num corte reto até terminar numa boca discreta. Veste bem qualquer tipo de corpo.


Antifit: parece com o 501, mas é mais despojado e, por isso, com liberdade para ter aqui e ali mais sobras. Podem ter botões em vez de zíperes e outras ousadias mais. Apesar do conforto, cuidado: o caimento está longe de ser ideal.


Slin Fit: É o jeans apertadão, de cintura baixa, tipo Saint-tropez, que deixa marcado os quadris e valoriza o bumbum . Seu corte afunilado, marca a silhueta e ajuda a esconder as gordurinhas sobressalentes.


Semibaggy: é um jeans mais feminino, para quem tem cinturinha fina e quadril de Carla Perez. É bem verdade que já teve seus dias de glória, ao menos no Brasil, lá atrás, no passado.


Cigarrete: em algumas versões de mais um jeans apertadinho, podem entrar tecidos como a Lycra que confere uma textura diferente e uma aderência ainda maior, sem ser muito longa. Mas as gordinhas devem fugir dele!


Oversized: é o jeans do largadão. Folgado, tem formas "tamanho-gigante", mas podem ser apertados na cintura e na boca. Algumas versões abusam dos bolsos. É preferido dos skatistas.