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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

No Martim Cererê

Abaixo, uma linda produção fotográfica realizada nas dependências do Centro Cultural Martim Cererê em Goiânia, de minhas alunas que acabaram de concluir o 3º ano do curso de Design de Moda na UEG (esperando só a Colação de Grau), Caroline Albuquerque e Lizandra Olavrak.
Além das fotos, há um breve apontamento sobre o Centro Cultural Martim Cererê em Goiânia.
Sob o olhar fotográfico de Lizandra Olavrak:

Foto 1 - Thayane veste: vestido de Gleidiane Gomes

Os créditos da produção:

Beauty Stylist: Caroline Albuquerque
Fotografia: Lizandra Olavrak
Produção de Moda: Caroline Albuquerque e Lizandra Olavrak
Modelo: Thayane Lima


A respeito da produção, Caroline Albuquerque enfatizou: "Pra Thayane idealizamos uma Diva dos anos 1930 porque seu rosto "anguloso" e pele morena sempre remete à beleza indígena ou indiana (eu mesma já a produzi outras vezes como indígena). Já, nesta produção, imaginei-a super elegante, com vestidos de festa e pensamos no contraste moderno com a estrutura arquitetônica do Martim Cererê!"


Foto 2 - Thayane veste: vestido do acervo de Saulo Hazuk

Pra quem não sabe, o Martim Cererê é composto por 3 teatros com cadeiras móveis: Teatro Yguá (190 pessoas) e Pyguá (300 pessoas); por um teatro de arena, o Ytakuá (500 pessoas), além de um bar. É um local onde acontecem eventos artísticos variados, desde peças de teatro, espetáculos circenses, shows de rock a festivais de Cine Trash... Atualmente, é um dos importantes expoentes da cena alternativa/ artística goianiense.

Os dois teatros cobertos são pequenos e arredondados e eram caixas d'água da Saneago (Saneamento do Estado de Goiás). Tais reservatórios eram de concreto e tinham cada um a capacidade de armazenar 500 mil litros de água.

Foto 3 - Thayane veste: vestido de Thayane Lima


Lembro-me de uma professora que tive no Ensino Médio, lá no Colégio Agostiniano, que ministrou História de Goiás, contar que durante a Ditadura Militar, torturavam presos políticos no interior das caixas d'água que hoje compõem o Martim Cererê.

Foto 4 - Thayane veste: vestido de Raphael Fraga e casquete de Caroline Albuquerque
Disse a professora: "Imaginem vocês, serem jogados dentro de uma caixa d'água desativada, mas com alguma água ainda, com ratos... Os vizinhos ouviam gritos e gemidos, mas ninguém podia falar nada. Os vizinhos ali no Setor Sul, nunca podiam dizer que ouviam algo! Assim, para 'mudarem' o conceito de tortura do lugar, mandaram buscar no Rio de Janeiro um diretor de teatro, o Marcos Fayad, e transformaram as caixas d'água da Saneago num centro cultural".


Foto 5 - Thayane veste: vestido de Raphael Fraga e casquete de Caroline Albuquerque

A obra arquitetônica do Centro Cultural Martim Cererê teve assinatura de Gustavo Veiga e este espaço ganhou seu nome derivado da primeira peça encenada no ambiente: Martim Cererê, de Cassiano Ricardo.
A montagem/ direção da peça de Cassiano Ricardo foi do ator/ diretor Marcos Fayad que veio do Rio de Janeiro em 1987, e juntamente com a Secretaria de Cultura do Estado de Goiás idealizou este centro cultural.