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terça-feira, 17 de março de 2009

ECLIPSE

(Texto da aluna Camilla Alves da Paz, 2º ano, Design de Moda, UEG)

Bom, essa não é uma história difícil de contar, principalmente porque toda vez que acontece o que aconteceu naquele dia, eu volto a me lembrar como se tivesse acabado de acontecer. O fato é que a foto não expressa nem metade do que eu sentia naquele momento, então vou tentar descrever em palavras o que a foto omitiu em imagens.
Nunca escondi segredo de que sou uma apaixonada pelos astros, (principalmente pela Lua), e desde bem pequenininha eu gostava de observá-la como se eu pudesse ver o que acontecia em sua superfície. Eu passava horas e horas olhando as manchinhas e imaginando se seriam vulcões ou montanhas ou lagos, e aquilo me intertia por horas a fio. Diz um ditado oriental que “duas coisas que entram em contato, acabam por absorver seu meio” e eu sinto que realmente foi o que aconteceu comigo, pois numa certa noite, após contemplar a beleza da Lua, acabei dormindo, dormindo um sono tão profundo que qualquer coisa que eu sonhasse parecia tão real quanto a própria realidade. E como já é de se esperar eu sonhei. Sonhei com a Lua, porém, ela aparecia durante o dia (coisa que pra mim, na minha idade ainda era incomum), principalmente, porque no sonho ela tampava o Sol. A princípio tampava apenas um pedacinho, depois foi tampando mais, até que tampou tudo, então só se via a Lua com as bordas brilhosas (devido ao fato de ela ser menor que o sol) e aquilo pra mim era simplesmente incrível e inédito.
Mais incrível e inédito ainda foi acordar no outro dia e apreciar o grande Eclipse que estava acontecendo logo pela manhã, tão idêntico ao que eu havia sonhado que às poucas pessoas que eu contava, custavam acreditar, então só me restou fazer uma coisa: pegar uns óculos escuros e ficar olhando pra cima, até a Lua parar de fazer sombra na terra e tudo voltar ao normal. Durou cerca de quatro ou cinco minutos pra todo mundo, mas pra mim durou muito mais, pois cada segundo daquele eu já havia vivido uma vez (mesmo que ninguém acreditasse), mas lá estava eu, com óculos escuros e muito sorridente (muito sorridente mesmo), tão sorridente que taí, nunca mais me esqueci daquele dia, e nem dos óculos escuros.

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