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terça-feira, 24 de março de 2009

O SORRISO

(Texto da aluna Daliana Georgia Fonseca Alves, 2º ano, Design de Moda, UEG)
Eu morava em Uberlândia-MG e como de costume, sempre que eu vinha à Goiânia passar férias, minha tia aproveitava os finais de semana para um passeio comigo. Eu sempre esperava ansiosa pelo roteiro dos nossos passeios. Parque Mutirama, Lago das Rosas, Zoológico, Natal na Praça Cívica... Naquela época, por volta de 1993-1994, tudo muito mais tranqüilo.
Nesse dia, uma tarde de sábado meio nublada – o que não me desanimou em nada – vesti um conjuntinho de roupas que gostava muito e que eu mesma havia escolhido na hora da compra.
Eu gostava muito dele por ter uma estampa com um casalzinho de bonecos feito de riscos, ter um Sol e a bermuda ter listras, algo que gosto muito até hoje. O tênis foi um caso a parte. Uma grande decepção. Na época usavam-se tênis com luzinhas que piscavam ao pisar no chão. Ótimo! Pedi um de presente para o meu pai, ele foi até a loja com minha mãe. Dessa vez, não fui e eu sempre gostava de estar junto para ajudar na escolha das minhas roupas e sapatos. Ele me trouxe esses tênis, na caixinha estava escrito Ortopé Light (me lembro como se fosse hoje). Abri, calcei, pisei no chão e nada de luzinha. Decepcionada, comentei com meu pai que não tinha acendido nada, ele me respondeu dizendo que estava escrito light na caixinha, então deveria ter um luzinha sim. Que nada! O tênis não tinha mesmo a luzinha, e hoje entendo que o light era por ser leve, anatômico, enfim... Não tive escolha e fiquei com o tênis mesmo assim.
Voltando à tarde de sábado nublada, estava com o conjunto, com o tênis e a meia que não era minha. Como nos dias anteriores havia chovido bastante, nenhum par de meias que eu havia trazido tinha secado. Minha tia e minha vó só tinham meias finas, e eu não gostava de meias finas, além do que elas ficavam grandes no meu pé. Porém, não tive outra saída.
Saímos de casa rumo ao Lago das Rosas, eu me lembrava que da outra vez que tinha ido lá eu tinha andado de pedalinho e me divertido. Chegando lá, não sei por que motivo, já que estava apenas nublado, não chovendo, os pedalinhos todos trancados, sem funcionamento. Claro, nada que tirasse meu bom humor e que fizesse com que eu ficasse sem me divertir. Entrei no pedalinho mesmo assim e tirei esta foto. No minuto seguinte, veio o guarda e pediu que eu me retirasse de dentro do brinquedo. Saí, e na seqüência de fotos já estou eu dando cambalhota na grama.
Hoje tenho 22 anos, sou adulta, e às vezes coisas tão pequenas me fazem perder o humor e me desanimar. Esta foto me fez relembrar que mesmo quando as coisas não saiam como eu esperava, o sorriso estava lá.

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